domingo, 30 de junho de 2013
We've become so numb to what we're saying
Our culture founded from oppression
Yet we don't have acceptance for 'em
Call each other faggots
Behind the keys of a message board
A word rooted in hate
Yet our genre still ignores it
Gay is synonymous with the lesser
It's the same hate that's caused wars from religion
Gender to skin color
Complexion of your pigment
The same fight that lead people to walk-outs and sit-ins
Human rights for everybody
There is no difference
quarta-feira, 26 de junho de 2013
o rapaz que nasceu no céu
tentaram-lhe ensinar todas as regras daquela realidade. disseram-lhe por exemplo que existia um lugar chamado "terra" onde as pessoas estavam antes de ir para o céu. ele nunca acreditou
o conto que não tem nada para contar
cresceu-lhe uma ruga no rosto. e aos poucos roubou-lhe todo o protagonismo da cara. tentou um creme que só lhe fez afundar mais a pele. tentou um remendo como se faz quando uma estrada tem buracos mas a ruga fez-se cova e a cova fez-se vale e o remendo acabou por se perder lá para o meio do buraco. acumulava-se-lhe lá o surro e o sal do suor. a ruga eram noites sem dormir temperadas a dor e comichão.
a ruga eram os olhares que o vergavam. era o cheiro daquele espaço por preencher. a ruga era ele. tirou-lhe o sabor da comida, as horas livres. Os sorrisos doíam e a pele esticada forçava-o a uma expressão feia. ela cresceu como tudo que é mau cresce. tirou-lhe um olho, depois o outro, depois o resto. dias depois era só um homem com uma fenda no lugar da cabeça. perdeu-se a imagem de si próprio. não se lembrava.
(uma convulsão ligeira - seguida de um líquido esquisito)
dobrou-se em dois para conter a dor. gritou. lá acabou por passar. depois sentou-se perto das escadas e esperou pelo final feliz
a ruga eram os olhares que o vergavam. era o cheiro daquele espaço por preencher. a ruga era ele. tirou-lhe o sabor da comida, as horas livres. Os sorrisos doíam e a pele esticada forçava-o a uma expressão feia. ela cresceu como tudo que é mau cresce. tirou-lhe um olho, depois o outro, depois o resto. dias depois era só um homem com uma fenda no lugar da cabeça. perdeu-se a imagem de si próprio. não se lembrava.
(uma convulsão ligeira - seguida de um líquido esquisito)
dobrou-se em dois para conter a dor. gritou. lá acabou por passar. depois sentou-se perto das escadas e esperou pelo final feliz
rotineira descrição nocturna da criatura III
Estranha forma de pensar que é estar sempre meio a dormir
terça-feira, 25 de junho de 2013
Eco..... eco..... eco... eco?
Sabes qual é a definição de loucura?
Fazer o mesmo vezes sem conta e esperar um resultado diferente.
Fazer o mesmo vezes sem conta e esperar um resultado diferente.
Volátil
Revi todas as possibilidades na minha cabeça. Testei de uma maneira e de outra. Não importam as variáveis, o fim é sempre, sempre o mesmo.
domingo, 23 de junho de 2013
sábado, 22 de junho de 2013
nascer do sol
Ela e a noite morriam todos os dias ao mesmo tempo. Nunca se sentia viva na terra dos acordados
espeloh
olhou-se ao espelho. Este não era ele. Pelo menos não como se lembrava. Sim, tinha quase a certeza que antes não era assim.
E, no entanto, ali estava ele. O reflexo não mentia.
E, no entanto, ali estava ele. O reflexo não mentia.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
deus e o homem 2
geppetto criou o Pinóquio e ao contrário do que contam morreu velho a olhar para o boneco de madeira sem que num garoto se fizesse. nem o puto se meteu em confusões nem foram os dois comidos por uma baleia. não passou de um monólogo alucinado de um velho todo-poderoso que queria companhia para jantar. a existência não nos permite vida. as boas ações são apenas fins em si mesmas e se o pau nos cresce não é por dizer mentiras.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
proFESSORES...
Qual foi a parte de "a prioridade das escolas são os alunos" que os professores ainda não perceberam?
terça-feira, 18 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
a "inCERTEZA" II
" Levou com uma avalanche de coisas comuns. Perdeu-se. Procurou encontrar-se. Deduziu que a resposta não estivesse nem na crença nem no mundo racional. Insatisfeito, disparou um tiro no escuro... " E a vizinha do terceiro esquerdo caiu da varanda como um pássaro morto.
domingo, 16 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
Tipo javardola, menos quando fala francês
Sabes lá quanto tempo demora
sem fazer não tens tempo de sobra
estamos fartos de ver o que tu não tens
diz-me então do que estás tu à espera
para apagar o que o ontem não era
estamos fartos de ver o que tu não tens
eu queria não escrever
não fazer
não construir
trabalhar na função pública e dizer mal do governo
lá lá lá ninguém sabe o que eu sinto
http://www.youtube.com/watch?v=SnFotpQaZ4Q
sem fazer não tens tempo de sobra
estamos fartos de ver o que tu não tens
diz-me então do que estás tu à espera
para apagar o que o ontem não era
estamos fartos de ver o que tu não tens
eu queria não escrever
não fazer
não construir
trabalhar na função pública e dizer mal do governo
lá lá lá ninguém sabe o que eu sinto
http://www.youtube.com/watch?v=SnFotpQaZ4Q
sexta-feira, 14 de junho de 2013
moscas que voam muito. muitas moscas a voar. entre frança e Inglaterra. voar muito. muitas moscas.
mouche much mouche mouche much much mouche much mouche much mouche much mouche mouche much mouche much mouche much much mouche much much mouche much mouche much much mouche much mouche much mouche much much mouche much much mouche . repetição até perder o sentido do que se diz.
arquitretas
queremos construir o mundo
mas somos apenas maquetes de estudo
riscos de falta de certezas
sem interiores definidos
nunca compomos o lugar
nunca hierarquizamos espaços
não somos paisagem
não somos lugar
e falamos sempre das mesmas merdas
mas somos apenas maquetes de estudo
riscos de falta de certezas
sem interiores definidos
nunca compomos o lugar
nunca hierarquizamos espaços
não somos paisagem
não somos lugar
e falamos sempre das mesmas merdas
-consegues ouvir-me?
-
- queres falar?
- estás aí?
-
- dei por mim na esperança que estivesses. sonhei contigo.
-
- era eu e tu num fundo vermelho. alguns tons de azul. olhares ténues. toquei-te na mão
-
- falamos de coisas importantes. mas nada fazia sentido.
-
- estava com saudades. as vezes acho que o tempo passa rápido de mais. tudo passa.
-
- como numa viagem. apenas ficamos com a sensação do que corre para lá da janela. mas nunca fixamos as coisas como elas são.
-
- apetece saltar do comboio. deixá-lo partir para lá do sitio onde as linhas se juntam
-
-estás aí?
-
-
- queres falar?
- estás aí?
-
- dei por mim na esperança que estivesses. sonhei contigo.
-
- era eu e tu num fundo vermelho. alguns tons de azul. olhares ténues. toquei-te na mão
-
- falamos de coisas importantes. mas nada fazia sentido.
-
- estava com saudades. as vezes acho que o tempo passa rápido de mais. tudo passa.
-
- como numa viagem. apenas ficamos com a sensação do que corre para lá da janela. mas nunca fixamos as coisas como elas são.
-
- apetece saltar do comboio. deixá-lo partir para lá do sitio onde as linhas se juntam
-
-estás aí?
-
segunda-feira, 10 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
o pensador
sempre concentrado nas razoes da sua existência, inquietava-o a presença das coisas no mundo e do mundo das coisas.
copo de vinho na mão direita e cigarro prestes a marcar lugar entre os lábios. matutava onde raio teria posto o isqueiro.
copo de vinho na mão direita e cigarro prestes a marcar lugar entre os lábios. matutava onde raio teria posto o isqueiro.
o homem com mãos de palha. a crónica dos bonzinhos
Vivia num tormento. tempos antes um primo seu nascera com mãos de tesoura. rapidamente descobriu vocação em cortar arbustos e matar pessoas. tesoura era fácil. ter mãos de palha não.
sentia que só servia para os animais o comerem. e dava um dedo e queriam o braço todo.
sentia que só servia para os animais o comerem. e dava um dedo e queriam o braço todo.
os críticos
cinema. literatura. e por ai fora.... se estivessem dentro do assunto o suficiente para serem críticos não o eram.
sábado, 8 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
Título significativamente plausível para ser lido no fim
Sento-me e acendo um cigarro brejeiro. Nada melhor que o sabor fresco de um café bem debatido, anterior e posteriormente, entre as minhas matutações.
A pedra de gelo é a pior parte:
Sinto-lhe a vivacidade ao boiar e repenso sobre o malefício que me auto-proponho. Um ordinário de um cigarro - nicóticos agarrados... - suposto a acalmar-me o frenesim de toda uma vida de viagens atribuladas, com o café, o cabrão do café que depressa me esgota as energias resguardadas, outrora, para o sabotar constante do dia.
Liberto a óptica no ofuscar da reflexão e penduro-a por ali durante longos períodos de tempo. (Faço estas acrobacias todos os dias, risco-as então da rotina, e volto a cair no mesmo erro.) Mais um café e uma resma de tabaco. A opulência barata e fácil dos meus actos levar-me-á, de certo modo, ao mesmo destino que a todos os outros seres viventes. Acabarei indubitavelmente morta, de qualquer jeito, portanto não me queixo.
Levanto os olhos da reserva de '85, outro panorama, outras andanças,embora não me tenha movimentado no espaço nem no tempo.
Arrumo-os por breves momentos no comportamento humano à minha volta.
Parece antagónico: árvores, aves e calçada, todos no mesmo quadro.
Há também pessoas e folhas em agitação, embora as últimas o façam a medo.
- Olha a puta da loucura, apareceu para exibir a sua incandescência. Tenho sorte, porque pelo mínimo não a nota ninguém no meu canto. Vem sorrateirinha, em pés de lã matreira e sagaz, sussurrar-me ao ouvido estranhos moldes de tortura e desolação.
Apago o cigarro no cinzeiro e espreito por cima dos óculos. A sarna que se propaga pel'A Praça durante a tarde
A pedra de gelo é a pior parte:
Sinto-lhe a vivacidade ao boiar e repenso sobre o malefício que me auto-proponho. Um ordinário de um cigarro - nicóticos agarrados... - suposto a acalmar-me o frenesim de toda uma vida de viagens atribuladas, com o café, o cabrão do café que depressa me esgota as energias resguardadas, outrora, para o sabotar constante do dia.
Liberto a óptica no ofuscar da reflexão e penduro-a por ali durante longos períodos de tempo. (Faço estas acrobacias todos os dias, risco-as então da rotina, e volto a cair no mesmo erro.) Mais um café e uma resma de tabaco. A opulência barata e fácil dos meus actos levar-me-á, de certo modo, ao mesmo destino que a todos os outros seres viventes. Acabarei indubitavelmente morta, de qualquer jeito, portanto não me queixo.
Levanto os olhos da reserva de '85, outro panorama, outras andanças,embora não me tenha movimentado no espaço nem no tempo.
Arrumo-os por breves momentos no comportamento humano à minha volta.
Parece antagónico: árvores, aves e calçada, todos no mesmo quadro.
Há também pessoas e folhas em agitação, embora as últimas o façam a medo.
- Olha a puta da loucura, apareceu para exibir a sua incandescência. Tenho sorte, porque pelo mínimo não a nota ninguém no meu canto. Vem sorrateirinha, em pés de lã matreira e sagaz, sussurrar-me ao ouvido estranhos moldes de tortura e desolação.
Apago o cigarro no cinzeiro e espreito por cima dos óculos. A sarna que se propaga pel'A Praça durante a tarde
o meu problema com portas
se as portas tivessem de me abrir a mim também se viam gregas. sem placas de empurre ou puxe para ajudar
alegoria das coisas I
disparava os olhos claros para mim como quem vê um monstro estranho e pergunta "quem és". um gota grossa de sangue ia-lhe marcando um trilho no pescoço que queria ter sido eu a percorrer.
tentei ligar-lhe os headfones à nuca. queria ouvir-lhe o meu nome nos pensamentos.
não ouvi nada além de interferências. desde aí nunca mais comprei fones nos chineses
não ouvi nada além de interferências. desde aí nunca mais comprei fones nos chineses
domingo, 2 de junho de 2013
a insónia
que me assombra noite após noite. ao menos não perco horas de vida a dormir. mas perco vida por não dormir, porque, depois, durmo de dia, e de dia há menos noite que de noite.
sábado, 1 de junho de 2013
Desce à cama
desce à cama
vem dormir
amanhã vai ser mais fácil não sentir
por favor
vem ter paz
e aceitar que um homem nem sempre é capaz
nisso podes crer
vem dormir
amanhã vai ser mais fácil não sentir
por favor
vem ter paz
e aceitar que um homem nem sempre é capaz
nisso podes crer
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