"Nunca mais regressaste a casa desde Agosto.
O teu lugar à mesa ficou vazio.
Eu passei a coleccionar os nomes de coisas distantes,
sentei-me a desenhar sistemas de coordenadas,
soletrei os hemisférios das palavras, regressei às zonas epidérmicas do toque,
à fome anatómica dos gestos,
às regiões endémicas dos sismos,
à solidão unívoca das margens dos rios,
ao silêncio lento das magnólias.
Trouxe o domingo para dentro de casa e guardei-o junto ao parto em que me deste à luz.
Digo: Os dias são todos de morrer. Nenhuma das memórias que tenho de ti sabe negar essa evidência."
José Rui Teixeira
Sem comentários:
Enviar um comentário