terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Nossa Senhora dos Pobres de Espírito II
Estranha forma de estar, quando estar é estarmos, e pensar é pensarmos. e quando te descobres a ti mesmo ja não és, mas foste... e ficas na sombra daquele que pensou quando tu pensavas. seja feita a vossa vontade.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Natal diferente
Este foi verdadeiramente um Natal
diferente de muitos outros que já esqueci
por não terem nada para registar
com sons na rua ditos e cantigas
há muito tempo esquecidas
os amigos lá longe a saudaram
dentro deste estranho aparelho
que nunca consigo encontrar
na hora certa para atender.
Mas foi disso tenho a certeza
tempo de amor e esperança
foi um sopro de boa vontade
na desordem deste descontentamento
que a todos nos faz pensar
se o Natal sobrevive porque é verdade
ou é apenas mais um fingimento.
E na desordem das coisas encontrei um amigo
daqueles que não sabem ler nem escrever
Homem de uma só palavra
antes morrer do que torcer
irmão de não sei quantas noitadas
desafiando de peito aberto
as noites frias anunciadas
muito senhor do seu saber
que a escola alguma foi reclamada
mesmo sabendo que nada tem.
E senti-me bem neste aconchego
nesta forma de vida tantas vezes votada
em promessas de muitos paladinos da verdade
daqueles que com o maior desdém
esqueceram tão repentinamente
as suas próprias misérias de origem
que nos olham hoje sem olhos de ver
que se julgam senhores de muito saber
que imaginam esquemas para nos tramar
mas não passam de prisioneiros
de muitos enganos por explicar.
Não passam nem passarão
neste crivo de fraternidade
e do Povo jamais saberão
o que é viver o Natal a cantar!
Francisco José Lopes
Este foi verdadeiramente um Natal
diferente de muitos outros que já esqueci
por não terem nada para registar
com sons na rua ditos e cantigas
há muito tempo esquecidas
os amigos lá longe a saudaram
dentro deste estranho aparelho
que nunca consigo encontrar
na hora certa para atender.
Mas foi disso tenho a certeza
tempo de amor e esperança
foi um sopro de boa vontade
na desordem deste descontentamento
que a todos nos faz pensar
se o Natal sobrevive porque é verdade
ou é apenas mais um fingimento.
E na desordem das coisas encontrei um amigo
daqueles que não sabem ler nem escrever
Homem de uma só palavra
antes morrer do que torcer
irmão de não sei quantas noitadas
desafiando de peito aberto
as noites frias anunciadas
muito senhor do seu saber
que a escola alguma foi reclamada
mesmo sabendo que nada tem.
E senti-me bem neste aconchego
nesta forma de vida tantas vezes votada
em promessas de muitos paladinos da verdade
daqueles que com o maior desdém
esqueceram tão repentinamente
as suas próprias misérias de origem
que nos olham hoje sem olhos de ver
que se julgam senhores de muito saber
que imaginam esquemas para nos tramar
mas não passam de prisioneiros
de muitos enganos por explicar.
Não passam nem passarão
neste crivo de fraternidade
e do Povo jamais saberão
o que é viver o Natal a cantar!
Francisco José Lopes
domingo, 22 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture no culture.
sábado, 14 de dezembro de 2013
pequenos detalhes XIV
o contorno do queixo.
pequenas flexões e uma nova expressão
da casualidade do rosto até ao estalar da gargalhada
momento a alterar o tempo.
é mais lento agora.
esperar-lhe o sorriso
pequenas flexões e uma nova expressão
da casualidade do rosto até ao estalar da gargalhada
momento a alterar o tempo.
é mais lento agora.
esperar-lhe o sorriso
mudam-se os tempos?
"times are bad. children no longer obey their parents and everyone is writing a book."
Cícero 45 a.c (tradução desconhecida)
Cícero 45 a.c (tradução desconhecida)
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
O cheiro das violetas do meu jardim leva os meus pensamentos para uma dimensão abstracta que anula todo o meu ser. A morte muito deve ter a ver com isto, a ausencia de existencia tão praticada por muitos ilustres vagueantes deste mundo. Sobre a vida pouco sei, apenas que há determinados seres cuja presença nas nossas vidas é tao significante como as gotas de orvalho, que cobrem as superficies rugosas do muro do meu jardim pelas manhas de inverno. Assim ele se fez caçador, para ter o teu amor.
os palhaços
rasgavam a pele para ser mais do eram. escreviam pelo próprio corpo histórias fantasiosas em busca do agrado. sabiam que o sono do fim do dia e a vontade de pintar de novo a máscara dependiam da aceitação do espetáculo e não se importavam por isso de serem atração de circo.
esperavam aplausos.
em vários anos de carreira nunca perceberam que afinal ninguém gosta de palhaços
esperavam aplausos.
em vários anos de carreira nunca perceberam que afinal ninguém gosta de palhaços
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
A Porta de Minerva
"Sentia-se fatigado e melancólico daquela sensação de tempo perdido que lhe davam as aulas. Considerava-as mais do que inúteis, prejudiciais. Os professores repetiam de uns anos para os outros o que vinha já nas sebentas. Em verdade os alunos iam lá só porque eram obrigados, mas não os ouviam e nem mesmo os "ursos" iam com o interesse de quem vai aprender alguma coisa. Fingiam, sentados nas carteiras, habituando-se a usar uma máscara de conveniência. Talvez fosse essa a utilidade que dali traziam para a vida: aprender a afivelar a máscara. Conversavam uns com os outros o mais discretamente que podiam ou olhavam a cara do professor, abstratos, a pensar noutra coisa, ouvindo confusamente umas palavras mortas e vazias, como uma espécie de penalidade a cumprir. A saída era a libertação dos presos da cadeia." (Branquinho da Fonseca)
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
A morte anunciada da arquitectura.
Pela primeira vez na historia estamos numa época onde a arquitectura passou para segundo plano, a arquitectura como disciplina está a morrer. Já não existe nada de novo para se fazer, chegamos ao tempo onde a sua influência na sociedade cesou, já não se vive na cidade, já não se habita o espaço, porque eles juntamente com a arquitectura, morreram com a emancipação da era da comunicação e da velocidade.
"O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já
vivemos no absoluto, uma vez que já
criamos a eterna e omnipresente
velocidade."
Ja nao existe espaço para o arquitecto nesta sociedade, o "agente dador de vida" mudou de cargo, nimguém sabe o caminho que a arquitectura deve tomar porque muito provavelmente chegou ao fim. Autodestrui-se, consumiu-se sobre si própria de tal modo que o única forma de subsistencia será a sua reinvenção, não aos olhos do passado mas com um pensamento livre de analogias e premissas desgastadas e descontextualizadas.
Pela primeira vez na historia estamos numa época onde a arquitectura passou para segundo plano, a arquitectura como disciplina está a morrer. Já não existe nada de novo para se fazer, chegamos ao tempo onde a sua influência na sociedade cesou, já não se vive na cidade, já não se habita o espaço, porque eles juntamente com a arquitectura, morreram com a emancipação da era da comunicação e da velocidade.
"O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já
vivemos no absoluto, uma vez que já
criamos a eterna e omnipresente
velocidade."
Ja nao existe espaço para o arquitecto nesta sociedade, o "agente dador de vida" mudou de cargo, nimguém sabe o caminho que a arquitectura deve tomar porque muito provavelmente chegou ao fim. Autodestrui-se, consumiu-se sobre si própria de tal modo que o única forma de subsistencia será a sua reinvenção, não aos olhos do passado mas com um pensamento livre de analogias e premissas desgastadas e descontextualizadas.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Em arquitectura perde-se mais tempo a tentar justificar o injustificável do que a justificar o justificável.
Entenda-se justificável como:
Aquilo que PODE ser explicado segundo um conjunto de regras ou processo cognitivo de analogia.
OU
Aquilo que MERECE ser explicado segundo um conjunto de regras ou processo cognitivo de analogia.
Entenda-se justificável como:
Aquilo que PODE ser explicado segundo um conjunto de regras ou processo cognitivo de analogia.
OU
Aquilo que MERECE ser explicado segundo um conjunto de regras ou processo cognitivo de analogia.
domingo, 8 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
estudante 3
há no passar das coisas epifanias constantes que não me deixam entender a indigente necessidade pelo passado. é do mais estupido que a arquitetura se veja parada a olhar para trás enquanto o tempo urge no sentido oposto. uma inércia contra as leis do equilíbrio. uma repressão da condição natural das acções humanas. este negar das coisas que nos podem surpreender em prol das que já o fizeram tomando as últimas como melhores apenas porque são mais palpáveis. por preguiça. por medo do desconhecido. acontecendo isto mesmo quando o contexto que as suportou está velho, podre, falhou e já morreu. há demasiada gente no escuro por ter os olhos voltados para dentro.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Nossa Senhora dos Pobres de Espírito
Pobres daqueles, que não sabendo sonhar estão tão agarrados a realidade que nem a deles lhe chega.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
procura do conhecimento - uma treta
eu sei que o chão está ali, sei que é duro mas não é por isso que me aleijo menos quando caio
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Repetir uma palavra até ela perder o sentido...
ora adorava perder o sentido de tempo...
tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo.
hum... Perda de tempo...
ora adorava perder o sentido de tempo...
tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo.
hum... Perda de tempo...
portugal ( hoje com minúscula porque não joga a seleção)
somos uma daquelas caravelas dos Descobrimentos. perdemos-nos num limbo. sem saber se andamos à deriva à procura da Índia ou no nevoeiro à espera do outro. para zarpar para onde há sol. olhamos uns para os outros, queixamos-nos disto e daquilo enquanto o pinho apodrece no mar. estamos longe da costa, longe do que é ser um País, do que é ter gente que não cansada de tudo, com sabor a sal sendo insossa e adormecida pelo embalar das ondas. aqui parados desaprendemos a andar, desaprendemos a ver para lá das nuvens. não rimos para não mostrar os dentes feios das doenças do oceano, não rimos porque temos de parecer tristes, não rimos porque dá trabalho. pastamos. zurramos. somos burros e gostamos das orelhas que temos.
domingo, 1 de dezembro de 2013
estudante de arquitetura II - explicação de uma vida
o trabalho mastiga-me, os dias engolem-me, digestões à parte e não me posso admirar por andar sempre feito em merda
estudante de arquitectura - a violação
(tom de choro) disse-me o que o pilar era fino, a viga frágil, o isolamento insuficiente (soluço) e não contente com isso riscou-me com o lápis o ecrã do PC.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
pedem-nos para encher todos os balões da festa.
que sejamos grandes todos os dias
e quando não somos está ali uma rotina, uma folha em branco, uma vista na janela sem significado, um tédiozinho no ar que não passa nem quer passar
diz-nos ele que não fomos capazes, que o dia se perdeu e ficou por encher, que não temos pulmões para isto.
é mais uma competição de encher balões. para os mostrar no final. porque o cansaço só conforta quando é reconhecido
que sejamos grandes todos os dias
e quando não somos está ali uma rotina, uma folha em branco, uma vista na janela sem significado, um tédiozinho no ar que não passa nem quer passar
diz-nos ele que não fomos capazes, que o dia se perdeu e ficou por encher, que não temos pulmões para isto.
é mais uma competição de encher balões. para os mostrar no final. porque o cansaço só conforta quando é reconhecido
sábado, 23 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
os donos da mimica
foram esquecendo a espontaneidade. construíam a ficção. recebiam palmas. quando acabaram os filmes que passavam no corpo caiam mortos. o público saía. o teatro fechava.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
sábado, 2 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Havia uma caixa branca. Branca por fora branca por dentro. A
caixa é do tamanho de uma casa. A caixa tinha duas portas opostas transversalmente.
Havia uma fila de gente a atravessar a caixa. Talvez toda a gente do mundo. Uns
já viram, outros dentro a ver e outros fora a esperar. As pessoas não se viam
umas às outras e a caixa era sempre vista pela primeira vez.
tensões de amor II - alegoria da fugacidade das coisas
Percorreram um inverno. Sabiam juntos que o sol nasceria. A noite
passa. O frio passa. Tudo passa.
Congelaram abraçados.
A neve que congelava era a neve que os mantinha. Um resto
de energia. Todo o lugar faz querer o seu contrário, existiam para existirem
depois. O inverno fê-los sonhadores e ensinou-lhes a paciência e quando ele
passou passaram-se também eles ao caralho.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
"Black Maria"
The Black Maria was Thomas Edison´s movie production studio in West Orange, New Jersey. It is widely referred to as America's First Movie Studio.
Edison´s Black Maria Studio
A drawing of the exterior from 1894
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
actualidade VI
actualmente estou coxo. emprestaram-me uma muleta que não é lá grande Presente. sobre os tempos que correm não sei muito. sei que me dói o pé direito e que quem não corre sou eu.
domingo, 27 de outubro de 2013
Actualidade II
escrever atualidade sem c faz-me crer que ela própria basta para mostrar que isto ando tudo do avesso. por outro lado escrever actualidade não é lá muito atual.
actualidade I
em defesa das opiniões extremas deve dizer-se duas coisas:
.que elas fazem parte de um equilíbrio e que nada mais há equilibrado que duas ideias opostas.
.fodam-se os meios termos, que as ideias nascem fortes e quase nunca para a agradar.
.que elas fazem parte de um equilíbrio e que nada mais há equilibrado que duas ideias opostas.
.fodam-se os meios termos, que as ideias nascem fortes e quase nunca para a agradar.
sábado, 19 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
o texto. o português
" Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido — sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente e não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus. Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem vêem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como ele, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera ideia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal. Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma reviviscência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais.
Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo a que comummente se chama a Decadência. A Decadência e a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia."
bernardo soares
sábado, 12 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
erro temporal II
talvez se o marques de pombal tivesse morto todos os távoras os auditórios da escola fossem mais confortáveis
Verde
Rompeu pela porta ao fundo do corredor, ofegante. Começou a descer as escadas do auditório, saltando alguns degraus. Olhou para trás e não viu ninguém, mas quando se voltou, estava lá Amarelo. Algo espantado, cumprimentou-o, Amarelo respondeu. Já não o via à tanto tempo. Pois era. Foi, foi. Pois temos.
Ouviu um barulho atrás de si, mas não se voltou para ver o que era. Despediu-se, enquanto saía a correr por uma porta lateral. Rasgou o átrio de uma ponta à outra, lançou-se escadas abaixo em direcção às portas de vidro. Pareceu-lhe ter visto Vermelho com Laranja, mas não tinha tempo. Estava prestes a chegar à saída quando viu Azul. Olharam um para o outro por uns momentos, com a mesma expressão. De novo um barulho irrompeu. Agarrou Azul pelo braço enquanto se atirava pelas portas.
Estava sol na rotunda enquanto corria desamparado, empurrando quem se atravessasse à sua frente. Logo atrás, Azul tentava acompanhá-lo, agarrando com ainda mais força o braço que liderava. Viu ao fundo a porta branca e lançou-se na sua direcção. Antes de ser atropelado, teve apenas tempo de ouvir o chiar da borracha do autocarro contra o pavimento.
Acordou
domingo, 29 de setembro de 2013
saramago. outra vez
penso que sim, que é por nossa causa, outras vezes acho que estamos todos doidos, Um planeta que anda à volta duma estrela, a girar, a girar, ora dia, ora noite, ora frio, ora calor, e um espaço quase vazio onda há coisas gigantescas que não têm outro nome a não ser o que lhe damos, e um tempo que ninguém sabe verdadeiramente o que seja, isto tudo também tem de ser coisa de doidos.
(jangada de pedra)
(jangada de pedra)
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
KO!
Percebeu finalmente que tinha perdido, aceitou a derrota. Apercebeu-se do quão cansado estava, mas não ficou sentado. Levantou-se e andou, saiu, entrou noutro sítio, voltou a sair. Tinha a visão desfocada, não conseguia ver o que estava à sua frente e por mais que percorresse as paredes com o olhar, a mente voltava sempre ao mesmo vazio. Faltaram-lhe as forças, tinha a boca aberta, os ombros derrotados e a cabeça vergada. Ficou assim.
domingo, 22 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
terça-feira, 10 de setembro de 2013
smoking pot
“In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way. Then you wake up in an old people’s home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day. You work for 40 years until you’re young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, you play. You have no responsibilities, you become a baby until you are born. And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa-like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then Voila! You finish off as an orgasm!” ― Woody Allen
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
variedade de fins acabados em ar II
Adormeciam juntos
e odiavam-se ao acordar.
comeram muitos hamburgueres e outras carnes gordas
e decidiram hibernar
e odiavam-se ao acordar.
comeram muitos hamburgueres e outras carnes gordas
e decidiram hibernar
variedade de fins acabados em ar I
Adormeciam juntos
e odiavam-se ao acordar.
até que um em prol do amor
um deles, não voltou a acordar
e odiavam-se ao acordar.
até que um em prol do amor
um deles, não voltou a acordar
Time
It was the first time he killed a man and yet he remained strangely calm. He couldn't hear the clock on the wall ticking nor his own breathing sound, the cars outside made no noise. There was just silence, as if time itself had stopped. He looked at the dead man's face, frozen in a horrifying expression, and saw nothing. There was just the emptyness the man had left behind, slowly filling the room and making it hard for him to breathe.
Breathe, breathe in the air
Don't be afraid to care
Leave but don't leave me
Look around, choose your own ground
For long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all your touch and all you see
Is all your life will ever be
Run rabbit run
Dig that hole, forget the sun
And when at last the work is done
Don't sit down, it's time to dig another one
For long you live and high you fly
But only if you ride the tide
And balanced on the biggest wave
You race towards an early grave
Don't be afraid to care
Leave but don't leave me
Look around, choose your own ground
For long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all your touch and all you see
Is all your life will ever be
Run rabbit run
Dig that hole, forget the sun
And when at last the work is done
Don't sit down, it's time to dig another one
For long you live and high you fly
But only if you ride the tide
And balanced on the biggest wave
You race towards an early grave
sábado, 7 de setembro de 2013
"O Som e a Fúria" - William Faulkner
JUNHO/2/1910
"Quando a sombra do caixilho aparecia nas cortinas era entre sete e oito horas da manhã. Encontrava-me então no tempo e ouvia o relógio. Era do avô e, ao dar-mo, meu pai disse: - Quentin, dou-te o mausoléu de toda a esperança e de todo o desejo. É mais do que penosamente provável que o uses para obter o reducto absurdum de toda a experiência humana, e que descubras que as tuas necessidades individuais não serão mais satisfeitas do que foram as suas ou as do seu pai. Dou-to não para que te lembres do tempo, mas para que o possas esquecer de vez em quando por momentos, e para evitar que gastes o fôlego a tentar conquistá-lo. Porque as batalhas nunca se ganham. Nem sequer são travadas. O campo de batalha só revela ao homem a sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e loucos." (pág. 75)
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
terça-feira, 3 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
dois senhores e um banco de pedra
- há malucas capazes de engravidar de um espantalho e dar à luz uma broa de milho.
- são coisas
- são coisas
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