Pedia eu que o tempo passasse num ápice para, de repente, no presente, estar no futuro.
Pedia eu para que o meu tempo estivesse no pretérito mais-que-perfeito, quando me apercebo que tudo é passado. Concluo que o presente e o futuro são um milésimo de segundo (e perdoem-me se estiver a exagerar). Concluo que vivemos no passado, porque o presente é tão curto que já estou no futuro. Viagens no tempo são possíveis, porque estou permanentemente a viajar pelo tempo.
Volto ao passado. Nunca deixei de nele existir.
Apercebo-me, então, que o tempo passa num ápice e o mais certo é ser eu que não passo pelo tempo.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
relatos da suécia
demorava-se a olhar a janela fechada de si mesmo. talvez esperando sentir-se passar lá fora numa dimensão passada.
se um grito o deixasse, avisar-se-ia para não entrar ali. correr para longe. que aquela rua era de sentido único e direcção descendente.
mas sabia-se incapaz de alterar o rumo do que passou, principalmente por não saber o que mudar e não saber o que passou. ou que mesmo mexendo muito não mudaria nada. quanto mais nós se dá ao baraço do tempo mais próxima fica a ponta final.
o vazio seria sempre força gravitacional mais forte. e que se o destino existe, está também ele preso ao mundo pelas leis da física. energia e matéria
colada ao chão até o chão se abrir para dele ser parte.
fora raptado pelo tédio.
um síndroma de estocolmo acomodava-lhe o escuro do quarto.
se um grito o deixasse, avisar-se-ia para não entrar ali. correr para longe. que aquela rua era de sentido único e direcção descendente.
mas sabia-se incapaz de alterar o rumo do que passou, principalmente por não saber o que mudar e não saber o que passou. ou que mesmo mexendo muito não mudaria nada. quanto mais nós se dá ao baraço do tempo mais próxima fica a ponta final.
o vazio seria sempre força gravitacional mais forte. e que se o destino existe, está também ele preso ao mundo pelas leis da física. energia e matéria
colada ao chão até o chão se abrir para dele ser parte.
fora raptado pelo tédio.
um síndroma de estocolmo acomodava-lhe o escuro do quarto.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
Debaixo De Algum Céu (Nuno Camarneiro)
"Um dia vou trazer as crianças da catequese para uma visita de estudo ao inferno. Eles que entendam se quiserem. As coisas não se explicam, só se sentem, é por isso que nos rimos do diabo, porque o entendemos mas não lhe sentimos o mal."
"O amor de Deus é maravilhoso"
"O amor de Deus é maravilhoso"
"O amor de Deus é maravilhoso"
"Grande é o amor de Deus"
(...)
"As primeiras mamas que vi foi atrás da sacristia, enquanto decorria a missa. Este é o meu corpo, tomai e comei, redondas e tão brancas que eu nem sabia para que serviam, olhei-as e se as toquei esqueci-me, eram só lindas as duas, com umas pontitas em bico que desafiavam todas as lógicas que eu conhecia. Este é o meu sangue, tomai e bebei. A rapariga chamava-se Teresa e tinhas as duas mamas lindas durante a homilia. Às vezes o padre falava dos pecados e ficávamos todos cheios de tesão com a ideia disso. Por mim, pecava com todas as meninas da catequese, mesmo as feias com buço, tivessem elas mamas brancas como aquelas."
"O amor de Deus é maravilhoso"
"O amor de Deus é maravilhoso"
"O amor de Deus é maravilhoso"
"Grande é o amor de Deus"
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Coisas
Estoy convencido de que las separaciones y los divorcios, la violencia familiar, el exceso de canales de cable, la incomunicación, la falta de deseo, la abulia, la depresión, los suicidios, la neurosis, los ataques de pánico, la obesidad, las contracturas, la inseguridad, la hipocondría, el estrés y el sedentarismo son responsabilidad de los arquitectos y empresarios de la construcción. De estos males, salvo el suicidio, los padezco todos.
domingo, 12 de outubro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
I think about dying but I dont want to die. Not even close. In fact my problem is the complete opposite. I want to live, I want to escape. I feel trapped and bored and claustrophobic. There's so much to see and so much to do but somehow I still find myself doing nothing at all.
domingo, 5 de outubro de 2014
personagem cuja forma de andar anula a sabedoria popular
avançava flutuante como se fosse a cabeça o elemento seguro que o mantinha na vertical. Um ponto preso no espaço atrás do qual todo o corpo se arrastava.
não tinha os pés bem assentes na terra mas a cabeça estava no lugar.
Subscrever:
Mensagens (Atom)