quarta-feira, 29 de outubro de 2014

relatos da suécia

demorava-se a olhar a janela fechada de si mesmo. talvez esperando sentir-se passar lá fora numa dimensão passada.
se um grito o deixasse, avisar-se-ia para não entrar ali. correr para longe. que aquela rua era de sentido único e direcção descendente.
mas sabia-se incapaz de alterar o rumo do que passou, principalmente por não saber o que mudar e não saber o que passou. ou que mesmo mexendo muito não mudaria nada. quanto mais nós se dá ao baraço do tempo mais próxima fica a ponta final.
o vazio seria sempre força gravitacional mais forte. e que se o destino existe, está também ele preso ao mundo pelas leis da física. energia e matéria
colada ao chão até o chão se abrir para dele ser parte.

fora raptado pelo tédio.
um síndroma de estocolmo acomodava-lhe o escuro do quarto.


Sem comentários:

Enviar um comentário