quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Todos acabamos como os cigarros. Apagados e calcados.
O êxtase inicial. A (quase) obrigação final.
A primeira é, sempre, aquela que nos deixa com um sorriso nos lábios. A última, faz-nos olhar para o relógio e contar os segundos até que a primeira seja, novamente, nossa.
Até lá, tenho o cheiro entranhado nos dedos, que nunca me deixa esquecê-lo e me ajuda a saciar o vício.
O eterno ciclo vicioso que me faz apressar a última para ter o (fugaz) ímpeto da primeira. Uma e outra vez, sem conta.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

“The best thing, though, in that museum was that everything always stayed right where it was. Nobody'd move. You could go there a hundred thousand times, and that Eskimo would still be just finished catching those two fish, the birds would still be on their way south, the deers would still be drinking out of that water hole, with their pretty antlers and they're pretty, skinny legs, and that squaw with the naked bosom would still be weaving that same blanket. Nobody's be different. The only thing that would be different would be you. Not that you'd be so much older or anything. It wouldn't be that, exactly. You'd just be different, that's all. You'd have an overcoat this time. Or the kid that was your partner in line the last time had got scarlet fever and you'd have a new partner. Or you'd have a substitute taking the class, instead of Miss Aigletinger. Or you'd heard your mother and father having a terrific fight in the bathroom. Or you'd just passed by one of those puddles in the street with gasoline rainbows in them. I mean you'd be different in some way—I can't explain what I mean. And even if I could, I'm not sure I'd feel like it.”


J.D. SalingerThe Catcher in the Rye

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Era a sexta vez que começava a escrever. As últimas cinco acabaram apagadas porque não faziam sentido. Esta para lá caminha. Também não fazia sentido. Nem tão pouco o tinha. Na verdade, não queria ter nada a haver com sentidos ou direcções. Como consequência não cumpria a sua função. Que tinha. Ou era suposto ter.

Perante esta incapacidade o único consolo que ele tinha, ou talvez desconsolo que o desanimava, é que ela não sabia.