terça-feira, 15 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
A casa de Dali
Propuseram me construir uma casa para alguém que não eu, um ser sem propósito, ou com demasiado.
Inconscientemente consciente de uma realidade própria, diferente do que estamos habituados, se é que estamos habituados a alguma. Um ser distante de sentido e forma, presente apenas naqueles sonhos irreais e imaginários, despegados da vida mundana em que nos sustemos, recheados de mistérios e verdades que nos ultrapassa.
Num tempo interregno, desconcertante no sentido como reconforta a alma e simultaneamente a corrompe, num ciclo inevitável de conclusões ilusórias, pressupostos errados e sensações desviantes. Chamam-lhe pelo nome mas poucos o sabem, como eu, desatentos ao que realmente importa ou demasiados focados no inevitável perder que a vida lhe implica.
Tempo onde a chuva, o vento, e o sol ainda não foram inventados, numa dicotomia constante entre o que a arquitectura é e o que deveria ser.
Sentaria-me aqui numa calma manha, uma daquelas manhas manhas onde o tempo avança lentamente, onde o sol segue o seu caminho silencioso, não fosse ele brilhar e ninguém dava por ele. Aqui ficaria a pensar nesse mesmo tempo, a ver se chega o tempo. O tempo de onde se deixa de ver chegar o tempo mas o tempo chega sem se ver chegar.
Na procura de uma essência própria, a mais verdadeira e a mais distante de nos, a única desprovida de consciência, a única verdadeiramente falsa. Assim resta nos assumir a mentira.
"Viver aqui seria como acordar na Rússia e só saber falar espanhol, ter as pernas viradas ao contrario e abrir portas a cabeçada."
Inconscientemente consciente de uma realidade própria, diferente do que estamos habituados, se é que estamos habituados a alguma. Um ser distante de sentido e forma, presente apenas naqueles sonhos irreais e imaginários, despegados da vida mundana em que nos sustemos, recheados de mistérios e verdades que nos ultrapassa.
Num tempo interregno, desconcertante no sentido como reconforta a alma e simultaneamente a corrompe, num ciclo inevitável de conclusões ilusórias, pressupostos errados e sensações desviantes. Chamam-lhe pelo nome mas poucos o sabem, como eu, desatentos ao que realmente importa ou demasiados focados no inevitável perder que a vida lhe implica.
Tempo onde a chuva, o vento, e o sol ainda não foram inventados, numa dicotomia constante entre o que a arquitectura é e o que deveria ser.
Sentaria-me aqui numa calma manha, uma daquelas manhas manhas onde o tempo avança lentamente, onde o sol segue o seu caminho silencioso, não fosse ele brilhar e ninguém dava por ele. Aqui ficaria a pensar nesse mesmo tempo, a ver se chega o tempo. O tempo de onde se deixa de ver chegar o tempo mas o tempo chega sem se ver chegar.
Na procura de uma essência própria, a mais verdadeira e a mais distante de nos, a única desprovida de consciência, a única verdadeiramente falsa. Assim resta nos assumir a mentira.
"Viver aqui seria como acordar na Rússia e só saber falar espanhol, ter as pernas viradas ao contrario e abrir portas a cabeçada."
domingo, 22 de novembro de 2015
isto sim, é semântica.
na generalidade do tempo somos um grupo de gente que não sabe que "prazer" é um verbo. Ignorado e limitado a coisa rara de substantivo abstrato, o prazer mandou-nos foder a todos. O que não anda conjugado na boca do povo raramente lhe anda na alma.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
"A partir de então, reintregráva-mos, em suma, na nossa condição de prisioneiros, estávamos reduzidos ao nosso passado, e, ainda que alguns de nós tivessem a tentação de viver no futuro, rapidamente renunciavam, tanto pelo menos quanto lhes era possível ao experimentarem as feridas que a imaginação finalmente inflige àqueles que nela confiam. "
Albert Camus em" A Peste"
Albert Camus em" A Peste"
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Cadernos de antes I
Cai a noite.
Quantas terão ainda que cair para que caias também na noite que tenho para ti?
Quantas terão ainda que cair para que caias também na noite que tenho para ti?
sábado, 19 de setembro de 2015
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Wittgenstein à portuguesa
(...) - Rede aérea de sons, a mais frágil produção do homem, ela resiste mais do que a pedra e o aço.
(...)língua constitui uma rede fechada sobre si, um tecido de malha que as leis da língua tecem um quadriculado de palavras sobrepostas ao que chamamos "mundo real". Não há portanto um mundo traduzido em palavras, mas um mundo de palavras a esse real. Porque cada língua tem as suas seu modo de ver a realidade, o seu modo de a pensar. Assim mudar de língua é mudar de mundo e não podemos pensar que essa língua traduz o mundo porque teríamos tantos mundos quantas línguas e seria estulto admitir que essas línguas o traduzem na real realidade que é a dele. (...)
Ninguém pode sair das fronteiras da língua, a objectividade da razão está na rede que uma língua teceu. As palavras vivem por si, pensar é articular um sistema de vocábulos, de sons ocos (...) Eis porque a quase totalidade dos problemas filosóficos são problemas sem fundamento, problemas feitos de palavras a que nada corresponde além dessas palavras vazias, o homem tem arrastado ao longo dos séculos um entretenimento vão como as crianças nos seus jogos de faz-de-conta” Virgílio Ferreira in Para Sempre
(...)língua constitui uma rede fechada sobre si, um tecido de malha que as leis da língua tecem um quadriculado de palavras sobrepostas ao que chamamos "mundo real". Não há portanto um mundo traduzido em palavras, mas um mundo de palavras a esse real. Porque cada língua tem as suas seu modo de ver a realidade, o seu modo de a pensar. Assim mudar de língua é mudar de mundo e não podemos pensar que essa língua traduz o mundo porque teríamos tantos mundos quantas línguas e seria estulto admitir que essas línguas o traduzem na real realidade que é a dele. (...)
Ninguém pode sair das fronteiras da língua, a objectividade da razão está na rede que uma língua teceu. As palavras vivem por si, pensar é articular um sistema de vocábulos, de sons ocos (...) Eis porque a quase totalidade dos problemas filosóficos são problemas sem fundamento, problemas feitos de palavras a que nada corresponde além dessas palavras vazias, o homem tem arrastado ao longo dos séculos um entretenimento vão como as crianças nos seus jogos de faz-de-conta” Virgílio Ferreira in Para Sempre
terça-feira, 1 de setembro de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
domingo, 23 de agosto de 2015
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Agosto 2015
Com a ponta dos dedos, ele alisava-lhe os cabelos que depois voltavam a encaracolar. E isso resumia quase tudo.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
entre aspas 3
"acordo sem o contorno do teu rosto na minha almofada, sem o teu peito liso claro como um dia de vento, e começo a erguer a madrugada com as duas mãos que me deixaste, hesitante nos gestos, porque os meus olhos partiram nos teus.
e é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, a solidão aberta onde tu não passas.
meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca - e sempre a tua boca - comece de novo a nascer a minha boca.
que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar a face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu."
e é assim que a noite chega, e dentro dela te procuro, encostado ao teu nome, pelas ruas álgidas onde tu não passas, a solidão aberta onde tu não passas.
meu amor, amor de uma breve madrugada de bandeiras, arranco a tua boca da minha e desfolho-a lentamente, até que outra boca - e sempre a tua boca - comece de novo a nascer a minha boca.
que posso eu fazer senão escutar o coração inseguro dos pássaros, encostar a face ao rosto lunar dos bêbados e perguntar o que aconteceu."
eugénio de andrade
quinta-feira, 25 de junho de 2015
terça-feira, 16 de junho de 2015
entre aspas 2
Suga-me ate ao tutano e chama-me vida
Deixa-me me ser a paragem da tua corrida
Mesmo os rios mais inquietos descansam no mar
Não quero que um dia caias de tanto voar
anaquim
chama-me vida
domingo, 14 de junho de 2015
que é aquilo mãe?
seres estranhos que não escolheram nascer e que ainda assim se culpam por desperdiçarem a vida.
estre aspas 1
é porque existe o desejo, o olfacto, e o medo,
e os vivos apaixonam-se por outros vivos,
e lembram-se, por vezes, do enorme número de mortos,
e dentro destes há alguns que os fazem desligar a luz e o trabalho,
e o quotidiano aí já não basta, porque o coração tem em certos dias um orçamento incomportável
G. M. Tavares
e os vivos apaixonam-se por outros vivos,
e lembram-se, por vezes, do enorme número de mortos,
e dentro destes há alguns que os fazem desligar a luz e o trabalho,
e o quotidiano aí já não basta, porque o coração tem em certos dias um orçamento incomportável
G. M. Tavares
sexta-feira, 12 de junho de 2015
a romper a escuridão que entra pela janela da sala só a luz vermelha e terrível do apartamento em frente. às quatro da manhã a luz ainda lá está, porque dormir é para os fracos e sanidade mental é sobrevalorizada. sou capaz de jurar que é ali que se entra para o inferno. mas provavelmente é uma entrada lateral de serviço ou assim, nunca vi ninguém lá.
O inferno está no segundo direito e parece ter vista para o mar.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Hey, what are you doing out here?
I know it's crazy, just don't think of it like that.
Nothing has to mean anything.
Come on. Come back inside.
Nothing has to mean anything.
Come on. Come back inside.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Fechado para obras
Perdido por entre umas linhas em francês vou apanhando umas miragens. Falta coragem para numa terra seca largar tudo e ir atrás delas.
domingo, 24 de maio de 2015
Poema ao Ar
Não posso falar,
Apenas abraçar,
Teu com com o meu olhar.
Pois não sei amar,
sem te magoar.
e como outros adorar,
A lua e o seu par
Por isso morro, por não te falar.
Apenas abraçar,
Teu com com o meu olhar.
Pois não sei amar,
sem te magoar.
e como outros adorar,
A lua e o seu par
Por isso morro, por não te falar.
sábado, 23 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Desconcertante do sentido como reconforta a alma e simultaneamente a corrompe, num ciclo inevitável de pressupostos errados, conclusões ilusórias e sensações desviantes. Chamam lhe pelo nome, mas poucos o sabem, como eu, desatentos ao que realmente importa, ou demasiado focados no inevitável perder que a vida lhe implica. O amor não existe.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
O Foge Foge Bandido foi um namoro de acasos, descobrir a música das pessoas e não dos músicos e atribuir ao tempo a tarefa de seleccionar o material. Foi tentar ao máximo expressar o processo, com a consciência, claro, de que o acaso se estende ao próprio entendimento desse processo e de que se calhar não percebi nada.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
terça-feira, 5 de maio de 2015
revelação pessoal de extrema importância
gosto da expressão "és um merdas" . tem tudo. cultura. gramática. insulto.
hoje ouvi um brasileiro dizer " és um foda-se" e senti um vazio. agora a outra parece mais pequena.
domingo, 3 de maio de 2015
Something for the rag and bone man
I've no idea what you are talking about
Your mouth moves only with someone's hand up your ass
Has the light gone out for you?
Because the light's gone out for me
It is the 21st century
It is the 21st century
It can follow you like a dog
It brought me to my knees
They got scared and they put me in
They got scared and they put me in
All the lines wrapped around our face
All the lines wrapped around our face
For everyone else to see
For everyone else to see
I'm a lie
quinta-feira, 30 de abril de 2015
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Em trânsito, em morte
"começamos a aceitar servilmente este esatdo de coisas e, quando já não somos capazes de esboçar o mais pequeno gesto de recusa sobre a participação no lento processo de destruição em massa em que estamos envolvidos, encontramo-nos prontos a ser vítimas de uma exploração e de esmagamento da individualidade, acompanhadas da maior de todas as farsas. a democracia relativiza todas as ideias de exploração que se assumem como a grande ignomínia do nosso tempo."
ivo martins
sábado, 18 de abril de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
domingo, 8 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
as últimas madrugadas
tenho a cabeça parada. não roda e não vê para os lados. fechado para obras. embargada
os cigarros e o porto fazem-se dor nos músculos numa doença sem nome. falta dinheiro para a dominar.
o telemóvel dá-me a voz de um caminho de um vício. um estranho-amigo por ser antigo. sorriso tentador. Por ser fácil, estarei sempre lá.
a arquitectura são vontades espalhadas e partidas no chão. doem-me as costas para as recolher. faltam-me a engrenagem e um futuro, o sportig nao ganha e quero parar.
os cigarros e o porto fazem-se dor nos músculos numa doença sem nome. falta dinheiro para a dominar.
o telemóvel dá-me a voz de um caminho de um vício. um estranho-amigo por ser antigo. sorriso tentador. Por ser fácil, estarei sempre lá.
a arquitectura são vontades espalhadas e partidas no chão. doem-me as costas para as recolher. faltam-me a engrenagem e um futuro, o sportig nao ganha e quero parar.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Todos acabamos como os cigarros. Apagados e calcados.
O êxtase inicial. A (quase) obrigação final.
A primeira é, sempre, aquela que nos deixa com um sorriso nos lábios. A última, faz-nos olhar para o relógio e contar os segundos até que a primeira seja, novamente, nossa.
Até lá, tenho o cheiro entranhado nos dedos, que nunca me deixa esquecê-lo e me ajuda a saciar o vício.
O eterno ciclo vicioso que me faz apressar a última para ter o (fugaz) ímpeto da primeira. Uma e outra vez, sem conta.
O êxtase inicial. A (quase) obrigação final.
A primeira é, sempre, aquela que nos deixa com um sorriso nos lábios. A última, faz-nos olhar para o relógio e contar os segundos até que a primeira seja, novamente, nossa.
Até lá, tenho o cheiro entranhado nos dedos, que nunca me deixa esquecê-lo e me ajuda a saciar o vício.
O eterno ciclo vicioso que me faz apressar a última para ter o (fugaz) ímpeto da primeira. Uma e outra vez, sem conta.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
“The best thing, though, in that museum was that everything always stayed right where it was. Nobody'd move. You could go there a hundred thousand times, and that Eskimo would still be just finished catching those two fish, the birds would still be on their way south, the deers would still be drinking out of that water hole, with their pretty antlers and they're pretty, skinny legs, and that squaw with the naked bosom would still be weaving that same blanket. Nobody's be different. The only thing that would be different would be you. Not that you'd be so much older or anything. It wouldn't be that, exactly. You'd just be different, that's all. You'd have an overcoat this time. Or the kid that was your partner in line the last time had got scarlet fever and you'd have a new partner. Or you'd have a substitute taking the class, instead of Miss Aigletinger. Or you'd heard your mother and father having a terrific fight in the bathroom. Or you'd just passed by one of those puddles in the street with gasoline rainbows in them. I mean you'd be different in some way—I can't explain what I mean. And even if I could, I'm not sure I'd feel like it.”
J.D. Salinger, The Catcher in the Rye
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Era a sexta vez que começava a escrever. As últimas cinco acabaram apagadas porque não faziam sentido. Esta para lá caminha. Também não fazia sentido. Nem tão pouco o tinha. Na verdade, não queria ter nada a haver com sentidos ou direcções. Como consequência não cumpria a sua função. Que tinha. Ou era suposto ter.
Perante esta incapacidade o único consolo que ele tinha, ou talvez desconsolo que o desanimava, é que ela não sabia.
Perante esta incapacidade o único consolo que ele tinha, ou talvez desconsolo que o desanimava, é que ela não sabia.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
sábado, 31 de janeiro de 2015
domingo, 25 de janeiro de 2015
Em qualquer sítio e a qualquer momento, podes ouvir: Tortura. E chamam-te. Podem designar-te para torturar ou para ser torturado. Não é necessário cometeres uma falha. Podem escolher-te aleatoriamente para sofreres. Quando te dizem: Tortura, não sabes se te chamam para torturar ou para ser torturado.
Depois de dizerem essa palavra, tens de os seguir. Não há uma terceira alternativa: ansiarás por torturar.
Jerusalém . Gonçalo M. Tavares
Depois de dizerem essa palavra, tens de os seguir. Não há uma terceira alternativa: ansiarás por torturar.
Jerusalém . Gonçalo M. Tavares
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
sábado, 17 de janeiro de 2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Relatividades
Morreram 12 pessoas outro dia. Daquelas que não era suposto morrerem agora. Também ouvi dizer que noutro sítio morreram 200 ou 2000. Este apressar da nossa condição final para algumas pessoas deixou-me ligeiramente transtornado. Não pela morte de não-sei-quantas pessoas que nunca na vida vou ver, mas por saber que daqui a uns tempos isto não vai interessar para nada.
PS.: De repente assustei-me muito mais quando descobri que talvez não haja vida depois da morte-
PS.: De repente assustei-me muito mais quando descobri que talvez não haja vida depois da morte-
domingo, 4 de janeiro de 2015
- já vi as tuas notas.
- ...
- o que se passou contigo este semestre?
- não sei.
- há dois anos eras bom a matemática... 6,5 filho!?
- não sei! nas aulas só fazem barulho, não dá para perceber nada.
- ... e se fores para a fila da frente? perguntou em suspiro.
- não posso. as meninas sentam-se todas lá na frente. respondeu em suspiro.
"O homem não deve poder ver a sua propria cara. Isso é o que ha de mais terrivel. A Natureza deu-lhe o dom de não a poder vêr, assim como de não poder fitar os seus proprios olhos.
Só na agua dos rios e dos lagos elle podia fitar seu rosto. E a postura, mesmo, que tinha de tomar, era symbolica. Tinha de se curvar, de se baixar para commeter a ignominia de se vêr.
O creador do espelho envenenou a alma humana."
sábado, 3 de janeiro de 2015
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
em caso de dúvida ou persistência dos sintomas consulte o seu médico ou farmacêutico
E escrevia sempre com aquelas letras que mesmo à lupa me trocam os olhos, a fazer lembrar a bula de um qualquer medicamento.
Qual era o objectivo?
Que eu não as lesse.
Qual era o objectivo?
Que eu não as lesse.
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