segunda-feira, 29 de abril de 2013


“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
— José Saramago

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Interrupção

Pensemos numa imagem bucólica. Deitado sobre a cama e o sol deslizar sobre as coisas do quarto a encontrar o computador que toca uma música qualquer adequada ao momento. Descrevo tudo à velha maneira romancista. Como num quadro em que cada pormenor faz falta. Direccionando o olhar como numa sequência concatenar. Falo de uma outra série de coisas que levam a outras coisas e a outras até só restar eu, sobre aquela cama ,sob aquele sol reflectido, para ser descrito.

Há então uma voz que me diz:  tiaaaaaaaaago, anda jantar!

Sometimes


- Hoje não consigo desenhar.
- Só hoje?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quase quatro da tarde mas a mim parecia-me de manha           enfim            às vezes não acordo quando quero        a meio do que estava a fazer obriguei-me a gritar            MÃE      mãe         não tenho pontos para por no texto        e ela não respondeu

por aÍ

"your time is over now you must to kiss me"

(riso maléfico)

(riso normal)

(sorriso)

Entrou por volta das nove da manha e era quase hora do lanche quando saiu.
 Por mais que se tente lembrar nunca soube o que foi lá fazer. 

oráculo distraído


memória do que ainda não é memoria, na certeza de que um dia ao acontecer deixa de ser frase incompleta. Mas não sendo memória por não ter acontecido ocupam-me ainda o tempo muito mais do que aquilo que realmente já passou. por vezes esta nostalgia de vidente amador. Viver no que ainda não aconteceu. E se nunca acontecer? Ora foda*se
 eu realmente queria que acontecesse 
.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

e se um dia no telejornal:


aviso. toda a realidade é um mentira. fotos do passado. já aconteceu. o tempo anda 100 vezes mais rápido do que nos apercebemos. tal como acontece com as estrelas. são imagens antigas que demoram a chegar a nós. já passou tudo. o filme acabou e não pode ser alterado

who am I to teach you?


moças e moços


Heligoland

We are our own devil

quarta-feira, 10 de abril de 2013

esfregou-lhe o cabelo . desceu ao metro e trinta para um beijo na testa. ponta pé no cu e lá ia o puto pela encosta abaixo. no caminho soube que o abismo era muito mais confortável que a casa da avó.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Lisbon Girls


Sempre disse que não conseguia adormecer de barriga para baixo. Depois foi atirado do 23 andar e de um certo ponto de vista todos souberam que mentia.

Pai

Algures por aí anda um pai. Um pai com tudo que um pai tem. O pai das ideias. E as ideias São filhos como qualquer filho é. O pai teve uma idéia. Ainda nao sabe se deve ter orgulho ou frustração. Tem de esperar que cresça o filho para lhe sentir essas coisas. Nem sempre eles crescem. As vezes morrem atropelados por camiões

Há na insônia um fascínio de entranhas entre o ir e não ir. A vontade de construir e destruir. As mudanças sempre me atormentaram apesar de querer estar sempre em mudança. Uma  viagem rotineira entre dimensões . Ou quero dormir ou não quero. Entre as duas sempre um sentimento de derrota por não conseguir estar nos dois lugares.

Filho da terra

A expressão sempre me fez lembrar um gajo que se levanta de uma campa parido sujo e com gritos de trevoada para assustar as criancinhas nas noites em que não conseguem dormir

sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Sentimos no ar a melodia etérea. É a nossa música.
Cantamos e dançamos como se fosse a última vez, o
último olhar, o último toque, o último beijo.
(...)
O teu vestido, da cor do vinho que enche os copos,
aquece o chão que pisas e relembra a razão. Todas
as razões."

Erase it, please.


Oh, don't let it be over, over, oh
Oh, don't let it be over, let it be over, oh

terça-feira, 2 de abril de 2013

Ditadura II

A pouco e pouco deixou de ir ao medico para ir ao mecânico


Ditadura I

acordou sem despertador. o sono acabou
Como um microondas quando faz plim

chegou à cozinha com a sensação de que ia buscar qualquer coisa
o dia por ser prematuro fe-lo esquecer do que era 


por sorte um papel em cima da mesa com instruções 



segunda-feira, 1 de abril de 2013

Os meus problemas

Ontem sonhei e não tinha problemas. Depois lembrei-me deles e eles apareceram. E deram-me uma coça.

Moral da história: não penses nos teus problemas, ignora-os.

Moral da história: se vires os teus problemas, foge!