quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Pluto - O 2 Vem Sempre Depois

viu a receita, cozinhou, comeu e digeriu. entrou-lhe e saiu-lhe o chocolate sem perceber o que comia e sem ver o que cagava.

Come chocolates, pequena; 
Come chocolates! 
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. 
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. 
Come, pequena suja, come! (...)


Álvaro de campos 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

vivemos sempre no quase futuro. se calhar, posso considerar que vivemos no futuro. porque agora mesmo estava no passado, e num segundo à frente, estarei no futuro. agora estou no futuro, que foi presente e é passado.

domingo, 19 de janeiro de 2014

revelações I

a casa como eletrodoméstico. usa-se de manha e à noite. o resto é lá fora.



e era isto que o homem queria dizer.

nunca é mal de nascença

são miúdos e a educação diz-lhes que há coisas que devem pintar e outras que não para que se mantenha o branco da parede. depois são jovens de salas vazias de tudo e pessoas com medo de pegar no marcador e riscar o que está mal.

sábado, 4 de janeiro de 2014

posso-me agora afastar. Ver-te como o oceano que me és, de ondas constantes em casco de pinho e cheiro a sal das marés no tempo que não vemos acontecer por ter tanto para remar.  Pelas tuas constelações para me guiar até ao bater nas rochas de lés-a-lés para que a terra que no escuro não nos vê seja depois tarde de sol junto ao mar.

monkey see monkey do


http://tbettencourt.tumblr.com/

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Os maus encaixes II

Queria fazer uma cadeira. Montou as peças e parecia uma estante. A estante estava em promoção. É sempre assim.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014


no country for old man


Pascoa

pelo caminho levava às costas uma forma de morrer. perdia pedaços enquanto não chegava. ia caindo ia-se levantando. sabia como ia acabar. não é sempre assim?

os maus encaixes

queria uma cadeira. comprou uma estante. montou-a a parecer uma cadeira. as estantes estavam em promoção. é sempre assim.

Verdades Demasiado Negligenciadas 6

vivemos como estúpidos. vivemos com estúpidos. odiamos os estúpidos

tretas

dezembro é uma palavra feia. o ano devia acabar em agosto

autobiográfico 4

doravante tenho um filme preferido.
Aguentou o primeiro dia. Faltam 364.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tenho uma certa necessidade de atribuir culpa por tudo o que acontece. Considero que a partir do momento em que existe uma razão, existe uma causa, uma origem, um culpado (considero também que tudo tem uma explicação).

Talvez não seja uma procura pela culpa, embora muitas vezes passe para esse lado, mas sim uma necessidade de saber o porquê de todas as coisas. Não é uma procura pelo saber, não me inquietam minimamente explicações e regras escritas em livros. Inquieta-me sim o que ninguém pode explicar, as incertezas.

Possivelmente terá a ver com uma ligeira obsessão por ter as coisas nos seus devidos lugares, uma fraca, mas constante, tentativa de racionalizar e organizar tudo.

E é entre estas incertezas ou incógnitas que tento adormecer enquanto as obsessões não me largam.


O ano mudou, mas não me sinto diferente.