quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Rag & Bone



If you don't want it, we'll take it.
If you don't wanna give it to us, we'll keep walking by.
We'll keep going; we're not tired.
Got plenty of places to go, lots of homes we ain't been to yet
On the west side, the south-west side, Middle East, rich house, dog house, outhouse
Old folks' house, house for unwed mothers, halfway homes, catacombs, twilight zones.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


conjugação temporal errada

sem saber ao certo o que lhe faltava procurou em todo lado.
no espaço por ocupar cabe muita coisa, mas nenhuma encaixa

alegoria do pateta


Resta-lhe a rotina diária. Ciclo de fazer companhia ao tempo. Espera que o tempo se dissolva. Deambula pela inércia. À noite dorme e não sonha. De dia não quer estar acordado.  
Arrasta os pés sobre o vazio. Parca mão sobre a cabeça. Coça as unhas no cabelo. – que caralho faço aqui?
Céu sem estrelas. Estrada sem carros. Caminho errado. E o silêncio da troposfera nada lhe responde. E acaba sozinho em monólogo parolo:
- Oh merda
E pela segunda vez em discurso directo percebeu que não existia.
Tenhamos pena das personagens dos textos sem sentido.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

corre profundo. corre selvagem.
o rio.
por vezes, tão real miragem,
que me protege de intenso calafrio.


niilismo pré-nocturno










"apatia. fazem-se coisas e o tempo passa. não se fazem coisas e o tempo passa. relógio inventado por nós. nada nesta esfera tem introdução desenvolvimento e conclusão  procurar lógica onde não existe lógica é mais do que consigo fazer. tudo esquissos e momento abertos de não realizados num vazio emaranhado de fios a traço grosso de lápis mal afiado."

mensagem errada.
cansemos-nos de estar errados

I follow, I follow you deep sea baby


Palha


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vai ser mais um daqueles dias. A chuva parou de cair. Literalmente. Está parada, no ar. O que é que se passa?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

fugir



a prova que que todo o Homem é cobarde: para onde olha vê um ponto de fuga

"Waiting for a new play" para a Fábrica Rio Vizela


1979

Também não quero saber onde é que os meus ossos irão descansar. As bactérias podem agora avançar, aguentaram uma vida inteira, tal como eu. Nem sei bem como (risos). Agora é que as entendo, a ansiedade por obterem aquilo que sempre desejaram. E até as bactérias vão conseguir, criaturas mais poderosas que eu. A ironia.
E todo o meu corpo virará pó, suponho. E eu, curiosamente, esquecida e absorvida pela terra. Quem diria.


Vai ser mais um daqueles dias. A chuva não para de cair e eu não a encontro. Já nem me lembro como a perdi, foi à... também já não sei quando. Já procurei por todo o lado: debaixo da minha cama, no quarto, na sala, na casa, lá fora... já corri todas as ruas e não a vi. Já perguntei a todas as pessoas e ninguém sabe dela.

Nunca  imaginei que me fizesse tanta falta, mas a verdade é que me custa imenso viver sem ela. Dizem sempre que não damos o devido valor às coisas quando as temos, por uma vez acho que eles têm razão. Sem ela não sou nada, sou uma sombra do que era, sou levado pela mínima corrente. Sou um vazio, uma carcaça que anda sem de facto se mexer.

Já andei tanto atrás dela que me perdi várias vezes. Por acaso até agora encontrei sempre o caminho de volta: alguém se esqueceu duma luz acesa. Hoje até nem estou muito longe, para voltar tenho só de seguir em frente por aqui e... merda. Estou perdido.

A chuva parou. Mas o céu confunde-se com o betão cinzento que me rodeia. Ao fundo ouço os carros e as motas a passarem, mas até agora nunca vi nenhum. Sento-me no chão, estou cansado, estou ensopado. Seria de esperar que tanto andar me deixasse em forma. Olho à minha volta e-- 

Espera! Está alí! Encontrei-a, encontrei-a! Rápido, antes que a perca outra vez! Espera...

Esta não é a minha pedra. Nem perto. Estou a senti-la na mão, tem um peso diferente. Aquele lado, parece que foi raspada. E a cor, a minha era mais clara. Acho eu.

Não, não é esta. Guardo-a no bolso do casaco, junto das outras. Começou a chover.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ela


Mesmo sabendo que era um sonho, o mais real que alguma vez tive, queria continuar a acreditar nele, tal como acredito no pensamento e na razão. Mas a morte continuava a assustar-me, o eterno dilema que nunca hei-de conseguir superar, até ao dia em que passar despercebidamente por ela. Quero que ela me chame calmamente, pode até atraiçoar-me, seduzir-me falsamente, porque depois já não vai haver caminho de volta, ou maneira de voltar à tão efémera e enganosa vida. 
Mas, ao mesmo tempo, alguém me prometeu, naquele dia. Eu também prometi, talvez forçada ou ingenuamente. O poder eléctrico que o mundo nos transmitia, a electricidade brilhante que enchia a galáxia, e me ensurdecia, não sei bem como nem porquê. Por aquilo maior do que nós e do que a nossa existência e compreensão, que afinal não é tão grande como teimamos em acreditar. E num segundo ela enganou-me, e assim, levou-me para sempre. Desapareci.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Cartão Combate

Para abrir as hostilidades...

cartão  (francês carton)    
 s. m.
1. Papel grosso e consistente.
 
 
combate 
s. m.
2. .Acto de combater.
4. Contenda.
5. Debate.
6. Luta íntima (contra as próprias paixões).
    combater
 
     v. tr. e intr.
      2. Bater.
      3. Impugnar, lutar contra.
       4. Tratar de dominar.
 
 
Conforme o Priberam

Sobre o dia dos namorados

Os casalinhos que me perdoem . Tu também lili . Mas ... dia dos namorados ? Que é isto. Lembrava-me de ainda lhe chamar dia de São Valentim. O que fazia mais sentido. Afinal deveria ser um dia em que a humanidade festeja a capacidade de amar. E não a capacidade de engatar. Então e o amor platonico ? E os não correspondidos ? O amor sabemo-lo tem muitas formas . Amor por isto amor por aquilo. Amizade . Simpatia. Bondade. Devia ser este dia sobre isso ao contrário de limitar a celebração sobre a capacidade de amar aos emparelhados. Ou até limita-la ao amor por outra pessoa. Amar.acima de tudo é ignorar fronteiras e não cria-las. Era até um melhor golpe de marketing.




(Escrito em telemóvel sem vontade de por acentos ou virgulas )