quinta-feira, 30 de outubro de 2014

apetece-me falar do tempo

Pedia eu que o tempo passasse num ápice para, de repente, no presente, estar no futuro.
Pedia eu para que o meu tempo estivesse no pretérito mais-que-perfeito, quando me apercebo que tudo é passado. Concluo que o presente e o futuro são um milésimo de segundo (e perdoem-me se estiver a exagerar). Concluo que vivemos no passado, porque o presente é tão curto que já estou no futuro. Viagens no tempo são possíveis, porque estou permanentemente a viajar pelo tempo.
Volto ao passado. Nunca deixei de nele existir.
Apercebo-me, então, que o tempo passa num ápice e o mais certo é ser eu que não passo pelo tempo.
Não me chegando as palavras para pessoas como tu.
Sendo elas banais e  sem sentido algum!
Deixo-te apenas a pontuação.


.!.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Hoje vejo, meus amigos de sempre, outrora donos do mundo e quem sabe de si,
perdidos por ai, como folhas de outono que caíram antes do tempo.
Perguntam-se qual será o seu papel ali, ignorando assim, infelizes, que afinal sempre foram os primeiros.
"tudo no teu sorriso diz
que só te falta um pretexto
para seres feliz"
Não dizemos nada de jeito porque as palavras não prestam.


está a ficar sem bateria. por favor ligue-se à corrente.

relatos da suécia

demorava-se a olhar a janela fechada de si mesmo. talvez esperando sentir-se passar lá fora numa dimensão passada.
se um grito o deixasse, avisar-se-ia para não entrar ali. correr para longe. que aquela rua era de sentido único e direcção descendente.
mas sabia-se incapaz de alterar o rumo do que passou, principalmente por não saber o que mudar e não saber o que passou. ou que mesmo mexendo muito não mudaria nada. quanto mais nós se dá ao baraço do tempo mais próxima fica a ponta final.
o vazio seria sempre força gravitacional mais forte. e que se o destino existe, está também ele preso ao mundo pelas leis da física. energia e matéria
colada ao chão até o chão se abrir para dele ser parte.

fora raptado pelo tédio.
um síndroma de estocolmo acomodava-lhe o escuro do quarto.