sábado, 7 de setembro de 2013

"O Som e a Fúria" - William Faulkner

JUNHO/2/1910

"Quando a sombra do caixilho aparecia nas cortinas era entre sete e oito horas da manhã. Encontrava-me então no tempo e ouvia o relógio. Era do avô e, ao dar-mo, meu pai disse: - Quentin, dou-te o mausoléu de toda a esperança e de todo o desejo. É mais do que penosamente provável que o uses para obter o reducto absurdum de toda a experiência humana, e que descubras que as tuas necessidades individuais não serão mais satisfeitas do que foram as suas ou as do seu pai. Dou-to não para que te lembres do tempo, mas para que o possas esquecer de vez em quando por momentos, e para evitar que gastes o fôlego a tentar conquistá-lo. Porque as batalhas nunca se ganham. Nem sequer são travadas. O campo de batalha só revela ao homem a sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e loucos." (pág. 75)

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