terça-feira, 4 de junho de 2013

Título significativamente plausível para ser lido no fim

Sento-me e acendo um cigarro brejeiro. Nada melhor que o sabor fresco de um café bem debatido, anterior e posteriormente, entre as minhas matutações.
A pedra de gelo é a pior parte:
Sinto-lhe a vivacidade ao boiar e repenso sobre o malefício que me auto-proponho. Um ordinário de um cigarro - nicóticos agarrados... - suposto a acalmar-me o frenesim de toda uma vida de viagens atribuladas, com o café, o cabrão do café que depressa me esgota as energias resguardadas, outrora, para o sabotar constante do dia.

Liberto a óptica no ofuscar da reflexão e penduro-a por ali durante longos períodos de tempo. (Faço estas acrobacias todos os dias, risco-as então da rotina, e volto a cair no mesmo erro.) Mais um café e uma resma de tabaco. A opulência barata e fácil dos meus actos levar-me-á, de certo modo, ao mesmo destino que a todos os outros seres viventes. Acabarei indubitavelmente morta, de qualquer jeito, portanto não me queixo.

Levanto os olhos da reserva de '85, outro panorama, outras andanças,embora não me tenha movimentado no espaço nem no tempo.
Arrumo-os por breves momentos no comportamento humano à minha volta.
Parece antagónico: árvores, aves e calçada, todos no mesmo quadro.
Há também pessoas e folhas em agitação, embora as últimas o façam a medo.
- Olha a puta da loucura, apareceu para exibir a sua incandescência. Tenho sorte, porque pelo mínimo não a nota ninguém no meu canto. Vem sorrateirinha, em pés de lã matreira e sagaz, sussurrar-me ao ouvido estranhos moldes de tortura e desolação.

Apago o cigarro no cinzeiro e espreito por cima dos óculos. A sarna que se propaga pel'A Praça durante a tarde


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